30 de nov. de 2010

Câmeras, lei de Murphy e Weng Jie


"Precisamos de algumas pessoas malucas, vejam só para onde as pessoas normais nos levaram" (George Bernard Shaw).

Se a foto vai pro Orkut ou não, o fato é que a maior parte das pessoas gosta de tirar fotos e também de ser fotografadas. O Narciso que habita dentro de nós sempre tenta sair do mais íntimo e profundo infinito que há dentro de nós só para fazer cara de criança feliz em propaganda de margarina ou então uma cara do tipo blasé iguais aos das modelos que desfilam. Mas a realidade é que “acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série”. Naquele momento em que a câmera está prestes a deixar marcado aquele momento épico, a bateria/pilha acaba. E depois existe uma série de revoltas e uma grande frustração que te acompanhará por longos anos só pelo fato de não ter conseguido tirar a foto que poderia dar a explicação de tudo o que aconteceu naquele momento.

Para evitar tristezas como essas, o designer Weng Jie criou uma alça com painéis solares para câmeras. Chamada de Solar Camera Strap, ela capta energia para carregar a própria máquina. Resolvendo então o problema de ficar sem pilha no meio daquele momento único, como também diminui a necessidade do uso de baterias de lítio-íon.

"Chamada de Solar Camera Strap, ela capta energia para carregar a própria máquina".

Escrito por Marcos Paulo

21 de nov. de 2010

Assim caminha a humanidade

Protótipo de bateria é carregado em 90 segundos e dura 2x mais

A Ioxus, empresa especializada em soluções de geração de energia, apresentou um protótipo de bateria que exige apenas 90 segundos de carga para funcionar. De acordo com a empresa, o produto é capaz de manter os aparelhos ligados pelo dobro do tempo das alternativas existentes no mercado.

De acordo com a Ioxus, brinquedos e eletrodomésticos são o foco principal devido ao tamanho reduzido do dispositivo. No futuro, porém, a solução poderia ser aplicada também em carros, com a energia perdida nas frenagens sendo transferidas rapidamente para a bateria.

Porém, o protótipo suporta apenas 20 mil ciclos de recarga, muito abaixo do padrão existente hoje em capacitores EDLC e superior às baterias de lítio-ion utilizada em celulares e tablets, por exemplo. Não há data de lançamento para as novas baterias, já que a Ioxus pretende resolver o problema antes de aplicar o produto em larga escala.

Fonte: Baixaki

Empresas, pilhas e responsabilidades

Sabendo de todos os problemas do descarte inadequado de pilhas/baterias1, motivo da gênese do emPILHA, uma das ideias que surgiu foi tentar parceria com algum fabricante, a fim de contribuir com algum tipo de recurso ou até mesmo disposição final das pilhas em fim de uso.

Ciente da recém instituída Política Nacional de Resíduos Sólidos2, que dentre outras, atribui a logística reversa3, fui eu com toda fé na cooperação das empresas, em busca de prospectar parcerias. No entanto, em meio a minha missão, notei, na grande maioria dos sites de fabricantes, certo desinteresse para com o ciclo final de seus produtos (para não dizer irresponsabilidade socioambiental); fato é que eles indicam o descarte das pilhas/baterias em lixo doméstico.

Parece até que os fabricantes não conhecem a realidade dos aterros de nosso país. Além disso, muitos fabricantes ostentam que estão de acordo com as Resoluções CONAMA 257 e 263/99, resoluções antigas que tiveram sucesso ao impor limites de metais pesados nas pilhas/baterias comercializadas no Brasil.
É de se destacar que, a despeito do ponto a favor de conter tais metais perigosos, essa permissividade quanto ao descarte foi durante anos criticada, até que em 2008 a Resolução CONAMA 401, em seu artigo 4º, impõe que comerciantes desses produtos deverão dispor de pontos de coleta dos mesmos, em seu fim de uso. Ou seja, fabricantes estão amparados em normas desatualizadas4.

"Parece até que os fabricantes não conhecem a realidade dos aterros de nosso país".
Quanto de solo e água foi afetado por descartes irresponsáveis de pilhas/baterias? Esta é uma pergunta que nunca conseguiremos responder... Mas  após tantas discussões, regulamentações e legislações; sabemos, e as empresas sabem, o correto a ser feito. O que resta é que seja estabelecida a responsabilidade de todos no ciclo de vida das pilhas/baterias, desde os fabricantes até os consumidores finais, cooperando para que não se descarte inadequadamente tais produtos.

Ah, sobre minha prospecção, dois fabricantes mostraram algum interesse em cooperar com o emPILHA. Quiçá em breve haja o cumprimento da lei, e mais que isso, surjam ações verdadeiras de preocupação com o impacto de seus produtos, a isso chamamos de Responsabilidade Socioambiental.

Escrito por Gustavo Góes

1 ver neste blog: Descarte de pilhas e baterias

2 Lei Federal 12.305/10
3 instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada; 
4 outras leis tratam do assunto: Lei Federal 12.305/10 e Lei Estadual (PR) 16.075/09

16 de nov. de 2010

Pilhas, Game Boy e Pokémon

O primeiro Game Boy foi lançado em 1989. Com intenção de ser um console portátil de sucesso, o Game Boy vinha com tela de cristais líquidos monocromático de fundo verde, gráficos de 8-Bit, jogos em preto e branco. Como sei disso? Um pouco de Wikipédia e experiência própria. 

Fui ter o meu primeiro Game Boy em 1996, e como qualquer criança apaixonada por novidades, ainda mais se for de cunho tecnológico, quase não largava de meu mais novo xodó. Naquela época era lançado o jogo “Pokémon”, nas versões Red, Green e Blue. Foi uma árdua missão, porém, consegui descolar o cartucho do Pokémon Green. Com o novo jogo em mãos, o único objetivo era “zerar” o jogo, ou seja, conseguir todas as insígnias e capturar os 151 pokémons. Se consegui capturar todos eles? Depois de não ser canhoto, essa é uma das maiores frustrações de minha vida. 
Mas retomando a linha de pensamento. Em partes cruciais da aventura, sempre as pilhas estavam quase esgotadas. Quando aquela luz vermelha que ficava no lado esquerdo da tela começava a mostrar sinais de fraqueza, junto com ela a minha alegria também começava a cair paulatinamente. 

O problema de quando acabavam as cargas das pilhas era achar/comprar mais quatro pilhas pequenas, pois essa era demanda de energia que o Game Boy precisava. Usufruí desse console por uns três anos, pois já havia disponível no mercado o Game Boy Pocket, que era 30% menor que o Game Boy normal e a tela monocromática mais nítida. Funcionava com duas pilhas palito. Manteve o mesmo tamanho de tela, porém com mais brilho e nitidez. Logo em seguida vieram outras espécies como o Light e o Color, ambos funcionando com duas pilhas palito. Em 2001 foi lançado o revolucionário Game Boy Advance que contava com uma tela de 2,4" LCD com resolução máxima de 240x160 pixels em cores de 15-bit (32.768 cores) e funcionava com duas pilhas pequenas. Paro por aqui, pois não pude acompanhar as demais evoluções do Game Boy. 

A intenção não era fazer um resumo da história desse console, mas sim, tocar no assunto da disposição final da pilha. Quando fiquei sabendo dos impactos das pilhas no meio ambiente, pensei nas pilhas que utilizei no Game Boy e quiçá acabei as jogando em lixo comum. Bom, qualquer coisa a Resolução CONAMA 257/99 está do meu lado, pois ela diz que a quantidade de metais pesados contidos nas pilhas não acarretam danos ao meio ambiente. Porém, parei para pensar quantas pessoas como eu, viciados no mundo dos games, não tiveram ou tem um Game Boy? Se reunir todas essas pilhas descartas em lixo comum e com o destino para um “aterro”, não daria um bom caso para saúde pública com a contaminação do lençol freático pelos metais pesados contidos nas pilhas?

Escrito por Marcos Paulo

14 de nov. de 2010

Descarte de pilhas e baterias

As pilhas e baterias causam sérios impactos ambientais quando descartadas de modo inadequado, ou seja, quando jogadas no lixo comum. Elas contêm metais pesados como cádmio, manganês, chumbo e mercúrio, sendo, portanto, extremamente tóxicas ao meio ambiente. Uma pilha pode demorar séculos para se decompor, de 100 a 500 anos e seus metais pesados nunca se degradam, acumulando-se na natureza. Quando descartadas nos lixos comuns, são conseqüentemente, descartadas em lixões ou aterros sanitários. Os componentes tóxicos (metais pesados) quando entram em contato com a umidade, água, calor, ou outras substâncias químicas, vazam e contaminam os solos, os cursos d’água e lençóis freáticos, atingindo assim, a flora e a fauna das regiões próximas. Vale lembrar que os metais pesados são bioacumulativos, ou seja, o organismo quando contaminado não possui a capacidade de eliminá-los. Nessa linha de análise, uma vez um organismo contaminado, pode conseqüentemente, contaminar toda a cadeia trófica, podendo atingir até o homem. Além destes grandes impactos, convém ressaltar que uma pilha contamina aproximadamente 20 mil litros d’água.

"...uma pilha contamina aproximadamente 20 mil litros d’água".
 Diante da situação de desordem em relação à destinação final das pilhas e baterias e aos sérios impactos que estes produtos causam ao meio ambiente, estabeleceu-se na resolução n° 257/99 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que entrou em vigor em julho de 2000, que as pilhas e baterias após seu esgotamento devem ser repassadas aos fabricantes ou importadores, para que estes tomem procedimentos de tratamento ou disposição final ambientalmente adequado. Entretanto, vale ressaltar que o grande problema tem origem no descarte inadequado destes produtos pela sociedade brasileira, sendo conseqüência da falta conscientização e sensibilização. Este cenário é resultante da falta de informação em relação à problemática do descarte inadequado destes produtos ou mesmo vincula-se à falta de sensibilização. Diante de tais razões, a maioria da população, ignorante no assunto, não conhecendo o grau de virulência desses produtos e seus impactos ambientais, descarta pilhas no lixo comum.

"...o grande problema tem origem no descarte inadequado destes produtos...".

Vale lembrar que na mesma lei, o artigo quinto determina que pilhas e baterias comercializadas, fabricadas e importadas no Brasil devem possuir quantidades mínimas ou quase nulas de mercúrio, cádmio e chumbo, dentre outros metais pesados, podendo, portanto, serem descartas no lixo comum, sendo que desta maneira, os danos ambientais seriam mínimos. Todavia, vale ressaltar que são 1,2 bilhões de pilhas e 400 milhões de baterias de celular comercializadas por ano no Brasil, de acordo com os dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), sendo que a maioria vai para o lixo comum. Contudo, como aponta o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), apenas 10% dos aterros sanitários brasileiros possui um manejo correto, sendo que a destinação final de pilhas e baterias no lixo comum seria somente válida para estes 10%. Registre-se ainda que 40% (400 milhões) das pilhas e baterias vendidas no país são ilegais, de acordo com a ABINEE. Em outras palavras, nem toda pilha brasileira está dentro das medidas do CONAMA. Nessa linha de análise, conclui-se que mesmo a quantidade de metais pesados ser mínima, não ameniza muito os impactos ambientais, pois milhões de pilhas são descartadas de forma inadequada ao ano.

"...são 1,2 bilhões de pilhas e 400 milhões de baterias de celular comercializadas por ano no Brasil".
Pilhas e baterias ao tornarem-se inúteis podem ter uma destinação ambientalmente adequada que consiste em sua reciclagem. Ou seja, elas podem ser reaproveitadas transformando-se em um novo produto, ao invés de serem descartadas em aterros ou lixões que contaminam gravemente a fauna e flora com seus metais pesados. No Brasil várias empresas através de seus programas de responsabilidade social, responsabilizam-se pelo recolhimento de pilhas e baterias usadas e pelo transporte até a única recicladora do país, a Suzaquim - Indústrias Químicas Ltda. O principal objetivo desses programas visa em conscientizar e sensibilizar a população em relação ao destino inadequado e ao adequado desses materiais. Convém lembrar que por meio da ação desses programas a quantidade desses produtos lançados ao meio ambiente irá diminuir. Vale dizer que um programa de grande destaque no país é o Papa-Pilhas - Programa Real de Reciclagem de Pilhas e Baterias do Banco Real. A recicladora de pilhas e baterias, Suzaquim, fica instalada em Suzano (SP) e através da reciclagem destes materiais obtêm-se óxidos e sais metálicos, que são inseridos em processos industriais de cerâmica, refratários, vidros, tintas e química em geral. Convém ressaltar que graças a Suzaquim cerca de seis milhões destes produtos são reciclados ao ano, sendo menos de 1% do comercializado.

Devido ao aumento da utilização de aparelhos sem fio, telefones celulares, notebooks, dentre outros aparelhos eletrônicos, o consumo de pilhas recarregáveis tem crescido cada vez mais globalmente. As pilhas recarregáveis ao serem substituídas pelas comuns, alcalinas, dentre outras, diminuem a quantidade de pilhas no planeta, e conseqüentemente, os impactos ambientais também amenizam.      

"...o consumo de pilhas recarregáveis tem crescido cada vez mais globalmente".
Convém lembrar que este tipo de pilha possui o “efeito memória”, que ocorre quando a pilha deixa de ser carregada totalmente. Recomenda-se não fazer recargas quando a bateria está parcialmente descarregada, sendo o correto esperar a pilha descarregar completamente para então recarregá-la. Desta maneira, a pilha pode durar mais tempo.


Escrito por Mariana Lorenzo