14 de nov. de 2010

Descarte de pilhas e baterias

As pilhas e baterias causam sérios impactos ambientais quando descartadas de modo inadequado, ou seja, quando jogadas no lixo comum. Elas contêm metais pesados como cádmio, manganês, chumbo e mercúrio, sendo, portanto, extremamente tóxicas ao meio ambiente. Uma pilha pode demorar séculos para se decompor, de 100 a 500 anos e seus metais pesados nunca se degradam, acumulando-se na natureza. Quando descartadas nos lixos comuns, são conseqüentemente, descartadas em lixões ou aterros sanitários. Os componentes tóxicos (metais pesados) quando entram em contato com a umidade, água, calor, ou outras substâncias químicas, vazam e contaminam os solos, os cursos d’água e lençóis freáticos, atingindo assim, a flora e a fauna das regiões próximas. Vale lembrar que os metais pesados são bioacumulativos, ou seja, o organismo quando contaminado não possui a capacidade de eliminá-los. Nessa linha de análise, uma vez um organismo contaminado, pode conseqüentemente, contaminar toda a cadeia trófica, podendo atingir até o homem. Além destes grandes impactos, convém ressaltar que uma pilha contamina aproximadamente 20 mil litros d’água.

"...uma pilha contamina aproximadamente 20 mil litros d’água".
 Diante da situação de desordem em relação à destinação final das pilhas e baterias e aos sérios impactos que estes produtos causam ao meio ambiente, estabeleceu-se na resolução n° 257/99 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que entrou em vigor em julho de 2000, que as pilhas e baterias após seu esgotamento devem ser repassadas aos fabricantes ou importadores, para que estes tomem procedimentos de tratamento ou disposição final ambientalmente adequado. Entretanto, vale ressaltar que o grande problema tem origem no descarte inadequado destes produtos pela sociedade brasileira, sendo conseqüência da falta conscientização e sensibilização. Este cenário é resultante da falta de informação em relação à problemática do descarte inadequado destes produtos ou mesmo vincula-se à falta de sensibilização. Diante de tais razões, a maioria da população, ignorante no assunto, não conhecendo o grau de virulência desses produtos e seus impactos ambientais, descarta pilhas no lixo comum.

"...o grande problema tem origem no descarte inadequado destes produtos...".

Vale lembrar que na mesma lei, o artigo quinto determina que pilhas e baterias comercializadas, fabricadas e importadas no Brasil devem possuir quantidades mínimas ou quase nulas de mercúrio, cádmio e chumbo, dentre outros metais pesados, podendo, portanto, serem descartas no lixo comum, sendo que desta maneira, os danos ambientais seriam mínimos. Todavia, vale ressaltar que são 1,2 bilhões de pilhas e 400 milhões de baterias de celular comercializadas por ano no Brasil, de acordo com os dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), sendo que a maioria vai para o lixo comum. Contudo, como aponta o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), apenas 10% dos aterros sanitários brasileiros possui um manejo correto, sendo que a destinação final de pilhas e baterias no lixo comum seria somente válida para estes 10%. Registre-se ainda que 40% (400 milhões) das pilhas e baterias vendidas no país são ilegais, de acordo com a ABINEE. Em outras palavras, nem toda pilha brasileira está dentro das medidas do CONAMA. Nessa linha de análise, conclui-se que mesmo a quantidade de metais pesados ser mínima, não ameniza muito os impactos ambientais, pois milhões de pilhas são descartadas de forma inadequada ao ano.

"...são 1,2 bilhões de pilhas e 400 milhões de baterias de celular comercializadas por ano no Brasil".
Pilhas e baterias ao tornarem-se inúteis podem ter uma destinação ambientalmente adequada que consiste em sua reciclagem. Ou seja, elas podem ser reaproveitadas transformando-se em um novo produto, ao invés de serem descartadas em aterros ou lixões que contaminam gravemente a fauna e flora com seus metais pesados. No Brasil várias empresas através de seus programas de responsabilidade social, responsabilizam-se pelo recolhimento de pilhas e baterias usadas e pelo transporte até a única recicladora do país, a Suzaquim - Indústrias Químicas Ltda. O principal objetivo desses programas visa em conscientizar e sensibilizar a população em relação ao destino inadequado e ao adequado desses materiais. Convém lembrar que por meio da ação desses programas a quantidade desses produtos lançados ao meio ambiente irá diminuir. Vale dizer que um programa de grande destaque no país é o Papa-Pilhas - Programa Real de Reciclagem de Pilhas e Baterias do Banco Real. A recicladora de pilhas e baterias, Suzaquim, fica instalada em Suzano (SP) e através da reciclagem destes materiais obtêm-se óxidos e sais metálicos, que são inseridos em processos industriais de cerâmica, refratários, vidros, tintas e química em geral. Convém ressaltar que graças a Suzaquim cerca de seis milhões destes produtos são reciclados ao ano, sendo menos de 1% do comercializado.

Devido ao aumento da utilização de aparelhos sem fio, telefones celulares, notebooks, dentre outros aparelhos eletrônicos, o consumo de pilhas recarregáveis tem crescido cada vez mais globalmente. As pilhas recarregáveis ao serem substituídas pelas comuns, alcalinas, dentre outras, diminuem a quantidade de pilhas no planeta, e conseqüentemente, os impactos ambientais também amenizam.      

"...o consumo de pilhas recarregáveis tem crescido cada vez mais globalmente".
Convém lembrar que este tipo de pilha possui o “efeito memória”, que ocorre quando a pilha deixa de ser carregada totalmente. Recomenda-se não fazer recargas quando a bateria está parcialmente descarregada, sendo o correto esperar a pilha descarregar completamente para então recarregá-la. Desta maneira, a pilha pode durar mais tempo.


Escrito por Mariana Lorenzo

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